terça-feira, 5 de junho de 2012

O Arrumadinho tem toda a razão...

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Vivemos cada vez mais numa sociedade em que as coisas têm de acontecer, e têm de acontecer depressa e bem, porque parece que estamos a correr contra o relógio, quando, de facto, não há pressa para nada, e a única urgência deveria ser a da nossa felicidade. Mas até nisso sinto que há pressa. As pessoas já não percebem a expressão "felizes para sempre" e querem é ser felizes a toda a hora, coisa que não existe, e que é diferente de ser feliz para sempre. Ninguém é sempre feliz, mas muita gente consegue ser feliz para sempre.


O que nos empurrou para isto foi este mundo que nós construímos, no qual estamos metidos, e que cultivamos, o mundo do Facebook, em que a felicidade do momento tem de ser partilhada na hora, porque senão parece que já não é completa. Já assisti a cenas de pessoas estarem em sítios maravilhosos, mas amarguradas, porque não conseguem fazer um upload de foto no Facebook, e isso é suficiente para as deprimir, em vez de aproveitarem o facto de estarem ali, num sítio onde provavelmente não voltam tão cedo. As redes sociais parecem hoje uma espécie de jornais online individuais em que cada um tenta actualizar o seu estado mais vezes, com mais velocidade, com mais originalidade e criatividade possíveis. O imediatismo está a matar a espontaneidade e a retirar prazer aos momentos que deviam ser de desfrute.


Também nisto as pessoas se sentem pressionadas - têm de colocar nas redes sociais que estão aqui ou ali, postar uma foto, dizer qualquer coisa, porque senão parece que os outros não vão acreditar. As pessoas são pressionadas por um sistema no qual acreditam, que fomentam e do qual tiram prazer.
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Este manto que criámos sobre nós, e que nos está a tapar o sol, parece-me uma coisa sem retorno. Acho que as coisas nunca mais vão voltar a ser como foram, e a verdade é que se todos olharmos para trás iremos perceber que nos tempos em que não havia nada disto, nem Facebooks, nem telemóveis ligados à net, éramos igualmente felizes, provavelmente mais felizes, até.


A única forma que vejo de conseguir melhorar um bocadinho isto é se todos fizerem um esforço para, de vez em quando, desligarem do mundo, dos outros, das notícias, das actualizações de estado, dos uploads de fotos, da partilha de conteúdos, dos telemóveis, e focarem-se em si, na pessoa com quem estão. Acho que aos poucos vamos percebendo que, afinal, conseguimos ser felizes no mundo de ontem, mesmo vivendo no de hoje.
 
in O Arrumadinho

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A certa gentinha...

As pessoas saberem o seu lugar é essencial, mas, as pessoas saberem o seu lugar na vida dos outros é uma condição, para que tudo corra pelo melhor e para evitar situações irremediavelmente desagradáveis, no mínimo.
É triste quando certa gentinha não conhece a velha máxima de que a nossa liberdade acaba quando começa a dos outros. É triste quando certa gentinha não respeita o espaço e a vida dos demais, simplesmente porque sofre de uma espécie de antropocentrismo! Porque pensa que é mais importante que tudo o resto (e não é) e que só a sua triste vidinha é que interessa.
Essa certa gentinha é triste!
E a essa certa gentinha só desejo, e porque não sou hipócrita, (ironic mode on) muita sorte na vida! Daquela sorte que não me aquece nem me arrefece!