sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Eat Pray Love

Já há algum tempo que li o livro de Elizabeth Gilbert, e adorei. Achei impressionante a coragem desta mulher, que deixou toda a sua vida para trás e lançou-se de cabeça para o desconhecido, e o que é certo é que encontrou o seu caminho.
Há uma parte do livro, em que a autora e protagonista é questionada sobre qual a palavra que a define, ao que a mesma, após aventuras, desventuras e mais alguma coisa, responde, attraversiamo. É realmente uma palavra com muitos sentidos e que caracteriza toda esta história de auto-conhecimento e descoberta. Enfim, uma bela palavra para definir uma pessoa, uma pessoa corajosa.
Quando li esta passagem no livro, como devem calcular, tentei encontrar uma palavra que me servisse como uma luva...mas não a achei no momento e acabei por me esquecer de procurar. Eis que fui ver o filme, após largos meses, e a procura recomeçou. Finalmente, descobri uma palavra que me assenta na perfeição: saudade. Achei engraçado, porque estas duas palavras, attraversiamo e saudade, são de certa maneira, opostas. Uma virada para o futuro, outra virada para o passado.
Pois é, sou uma pessoa muito ligada ao passado, e tudo o que recordo torna-me saudosa, encontro forças e alegria no que já vivi, no que já fiz, no que já fui. Sou assim mesmo, um livro de recordações com a palavra saudade estampada em cada uma delas. O facto de sentir tantas saudades do que já passou, considero ser um bom sinal, é sinal de que fui muito feliz e valeu a pena todo o caminho percorrido.
Não quero dizer com isto que estou presa ao passado, não, olho sempre em frente, hesitando ou não, tropeçando ou correndo, mas sempre com um espelho voltado para mim, para poder sempre, alcançar o que deixei para trás, o que vivi.

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